Sexta-feira, Março 29, 2024
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Instrumentistas promovem oficina de ensino da dikanza

Uma oficina de ensino da dikanza, a ser ministrado pelos músicos Jorge Mulumba e Lito Graça, realiza-se amanhã, às 15h00, na Fundação Arte e Cultura , na Ilha do Cabo, uma iniciativa do projecto “Tukina ó Dikanza”.

O projecto, que tem como mentor Jorge Mulumba, em parceria com os veteranos Zé Fininho, Raul Tolingas e Didi da Mãe Preta, trio dos melhores executantes da dikanza no activo, visa a preservação e continuidade da herança cultural, através da música e da dikanza, tendo como foco a massificação deste instrumento de marcação e muito presente nas mais importantes vertentes rítmicas nacionais, com realce para o semba, rebita e kazukuta.

O Tukina ó Dikanza tem o apoio institucional do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Juventude e Desportos de Luanda e tem como parceiro o projecto Show do Mês.

Desde a sua implementação, o projecto já realizou vários seminários e aulas abertas em diferentes pontos da província de Luanda. Outro objectivo desta iniciativa é levar o projecto às escolas do primeiro ciclo.
A dikanza é um instrumento que pode ser feito de cana de bordão ou de bambu, com ranhuras que têm como função produzir o som por via de fricção. É tratado por alguns como reco-reco, um termo não aceite pelos seus executantes e pesquisadores nos últimos tempos.

 Segundo defensores do semba, o estilo não é o mesmo sem a dikanza, importante instrumento de marcação, que com a ngoma fez a transposição do processo evolutivo da Música Popular Urbana: dos grupos carnavalescos, passando pelas turmas, culminando nos conjuntos musicais.
Euclides Fontes Pereira “Mestre Fontinhas” do Ngola Ritmos é considerado o melhor tocador de dikanza de todos os tempos. O irmão Male Malamba destacou-se como fabricante das melhores dikanzas, católico que ofereceu um exemplar do instrumento ao Papa João Paulo II.

Ressurreição, dos Gingas, António Pascoal, Adolfo Coelho, dos Kiezos, Zé Fininho, Raul Tolingas, Didi da Mãe Preta, Tony do Fumo, Augusto Chacaya, Chico Coio, Bonga, Joãozinho Morgado, Chico Santos, Massoxi, Lolito e Yasmane Santos são algumas da principais referências na execução do instrumento.
Actualmente, há uma tendência de jovens artistas como Yuri da Cunha, Eddy Tussa, Ary, Yola Semedo, Patrícia Faria e  Puto Português apresentarem-se em palco com este instrumento.
Jorge Mulumba e Lito Graça são dois dos principais im-pulsionadores deste movimento, à semelhança de Bonga Kwenda, outra grande referência histórica que faz da dikanza a sua imagem de marca.

Jorge Mulumba, líder e fundador do grupo Nguami Maka, é um multi-instrumentista preocupado com os instrumentos e ritmos ancestrais. É sobrinho de Mestre Kituxi, ícone da música tradicional. Tem colaborado em vários projectos musicais e culturais. No ano passado, esteve na África do Sul para uma formação virada à investigação cultural no campo da pesquisa tradicional e africana, na Universidade Nelson Mandela, em Port Elizabeth.

O cantor, baterista e percussionista Lito Graça, nos últimos tempos, tem apostado na dikanza. O músico surgiu na Igreja Tocoísta. Depois passou por pequenas formações, fez parte do Grupo Teatral e Musical Zig Zig, Conjunto O Facho, Os Megas da Rádio Nacional de Angola e pertence à Banda Semba Masters. Está, também,  envolvido em vários projectos e colabora com vários artistas.

Fonte:JA

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