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Pediatria de Luanda notifica cerca de mil doentes por ano

Pelo menos, entre 900 e mil casos de pessoas com anemia de células falciformes são diagnosticados só a nível do Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, de acordo com dados dessa instituição clínica enviados ao Programa Nacional de Doenças Crónicas não Transmissíveis da Direcção Nacional de Saúde Pública.

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, em alusão ao Dia Mundial de Consciencialização sobre a Anemia Falciforme, que se assinala hoje, o coordenador nacional do Programa de Doenças Crónicas não Transmissíveis, António Armando, explicou que estão apenas disponíveis os dados da Pediatria de Luanda, por ser a única unidade de referência do país em relação ao tratamento da doença.Por outro lado, salientou que em outras partes do país não existe ainda um registo nacional onde seja possível registar todos os casos de anemia de células falciformes que ali surgem.

Em função disso, disse que a direcção do Programa Nacional de Doenças Crónicas não Transmissíveis espera uma maior colaboração das direcções provinciais da Saúde no envio de dados relacionados à anemia de células falciformes, para que se  possa ter a situação real da patologia no país.

António Armando avançou que, além da Pediatria da capital, que atende doentes falciformes quer sejam crianças quer adultos, hoje, já existem em Luanda mais outros dez centros de tratamento para o paciente anémico, distribuídos nos hospitais municipais, com vista a permitir que a primeira abordagem seja feita lá e só encaminhar para o “David Bernardino” os casos mais greves da doença.

Em Cabinda, disse que funcionam 11 centros de tratamento do doente anémico, tendo realçado que a ideia é que esse trabalho continue a fim de que todas as províncias possam beneficiar, de pelo menos, uma instituição de acompanhamento a esses pacientes.Questionado sobre a escolha de Cabinda para a construção dos centros de tratamento, o responsável disse que todo o processo de instalação desses serviços foi financiado pela petrolífera Chevron e, por ser uma compainha com um grande escritório naquela região, isso pesou na decisão da empresa. 18 % da população tem a doença

Segundo o médico António Armando, há cinco anos, fez-se um estudo em Luanda e Cabinda e constatou-se que 2,4 por cento das populações das duas regiões do país que foram avaliadas têm anemia de células falciformes.”Por isso elaboramos um manual de saúde sobre a doença, para ser difundido a nível dos centros de saúde e hospitais para que os técnicos saibam como lidar com os doentes de células falciformes”, realçou o responsável do Programa.  

Mas, o médico revelou, ainda, que cerca de 18% da população do país tem traços de células falciformes. Considerou esses dados importantes, uma vez que as pessoas precisam saber disso para assumir as medidas mais adequadas antes de constituírem famílias.”Caso um casal, isto é, marido e mulher, seja portador de células falciformes, ao decidir ter filhos tem fortes probabilidades de nascer crianças portadoras ou mesmo doentes”, alertou António Armando.

O coordenador salienta que uma das grandes armas para se evitar o aumento de casos é evitar-se casamentos entre pessoas portadoras de células falciformes.”Mas, também, coloca-se muito em causa a questão sentimental, ainda assim, é bom que estes casais tomem uma decisão racional e saber de facto se o mais importante é o amor deles ou o nascimento de filhos doentes por causa do seu amor”, acentuou o responsável. Mortes de crianças  

O coordenador do Programa de Doenças Crónicas não Transmissíveis lamentou que 30 a 40% das crianças com anemia de células falciformes morrem, se não forem diagnosticadas e tratadas antes dos cinco anos.António Armando chamou a atenção que a doença deve ser sempre diagnosticada na primeira infância, daí que a ciência recomende que, logo à nascença, a criança tenha de ser submetida ao “teste do pezinho”, para aferir se é ou não anémica. “Este exame é rápido e, em 15 minutos, o resultado sai”. 

Segundo António Armando, criança com anemia de células falciformes têm de cumprir com todo o calendário nacional de vacinação, e devem principalmente tomar a vacina pneumococo que protege a criança contra várias infecções. Referiu que a pessoa anémica deve tomar ácido fólico de forma regular, beber muitos líquidos e ser devidamente acompanhada por um especialista qualificado.

Fonte:JA

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